Edu Lobo e Chico Buarque

 

 

Edu Lobo e Chico Buarque fizeram juntos quase 50 músicas, a maioria para peças de teatro e balés, como O Grande Circo Místico.

A parceria inclui algumas músicas muito bonitas, como a sensacional imagem do amante tentando voltar no tempo para conviver mais com a amada de Valsa Brasileira.

A seleção inclui Beatriz, uma música dificílima de ser cantada e que, talvez por isso mesmo, exerce fascínio para muitos cantores, às vezes com resultados deprimentes.

 

Não é o caso desta gravação de Milton Nascimento, que passeia por todos os ângulos da melodia com seu alcance vocal de três oitavas.

 

 



A São Paulo de Paulo Vanzolini

Paulo Vanzolini é um dos raros compositores cujas músicas têm a cara de São Paulo.

Formado em Medicina, fez carreira como pesquisador do Museu de Zoologia da USP.

É especialista em répteis e anfíbios ou, como ele mesmo dia, doutor em cobras e lagartos.

Esta seleção inclui, além do clássico Ronda, a letra que Vanzolini fez para o velho chorinho Pedacinhos de Céu, de Waldir Azevedo, que ele considera sua mulher composição e é aqui interpretada pela mulher do autor, Ana Bernardo.

O Humor Debochado de Aldir

Carioca da Zona Norte, Aldir Blanc é um letrista que consegue passar para a música retratos de dramas e comédias e seus personagens.

O toque de comédia está bem presente em músicas como Bandalhismo e Ao Nível De.

Mas há também ocasiões em que surgem, sob a capa do ridículo, situações tristes como o fracasso em Amigo é Para Essas Coisas e, numa interpretação dos veteranos Ângela Maria e Cauby Peixoto, a vaidade de uma glória desimportante em Miss Suéter.

Olhar Estrangeiro

Em vários países, especialmente nos Estados Unidos e no Japão, a música de Antônio Carlos Jobim é sinônimo de qualidade e sofisticação.

Isso faz com que seja constantemente gravada por músicos e cantores de primeira linha, além de ter inspirado outros arranjadores e compositores. Garota de Ipanema é uma das músicas mais gravadas da história.

Nesta seleção, cantores e músicos estrangeiros passeiam pela música de Jobim, alguns com bons resultados, outros nem tanto.

As Divas da MPB

O Brasil é um país de muitas cantoras de talento e não são poucas as que chegam à condição de divas, como são chamadas as grandes damas da ópera.

A seleção inclui desde a veterana Ângela Maria, com Gente Humilde, até a interpretação pungente de Mônica Salmaso, acompanhada por um grupo de cordas, para o Canto Triste de Edu Lobo e Vinicius de Moraes.

Atenção para as interpretações de Elizeth Cardoso, já perto do fim da vida, para Faxineira das Canções, um clássico do ofício de cantar, com acompanhamento da autora Joyce, e Todo o Sentimento, de Chico Buarque e Cristóvão Bastos, acompanhada pelo violão de sete cordas de Raphael Rabello. Entende-se porque ela era chamada de A Divina.

As mulheres de Chico

É frequente nas composições de Chico Buarque o aparecimento de letras feitas no feminino, nas quais mulheres cantam suas vitórias, derrotas e desventuras.

Nada demais. Homens compondo no feminino são uma constante na música popular brasileira e internacional (sem contar as óperas): Ary Barroso fez Camisa amarela e Comigo É Assim, os irmãos Gershwin compuseram The Man I Love. Mas, como podemos ver nessa seleção, Chico Buarque parece ter um dom especial para isso.

Todas as gravações mostradas aqui foram feitas por mulheres, com exceção de Bastidores, que acrescentei na voz de Cauby Peixoto. Estranhamente, não parece haver nenhuma gravação dessa música feita por uma mulher.

As canções de Vinicius

Vinicius de Moraes já era poeta consagrado quando começou a fazer sambas. Como letrista de autores como Antônio Carlos Jobim, deixou muitos clássicos, especialmente canções, mas também alguns sambinhas descompromissados como Tarde em Itapoã.

Embora seja conhecido principalmente como letrista, também se aventurou como autor de melodias. Um exemplo nesta seleção é o Valsinha.

A letra, belíssima, foi colocada por Chico Buarque quando a melodia de Vinícius já estava pronta e fora harmonizada pelo parceiro Toquinho.